Continuando com a Parte 2 do curso, vamos conhecer e saber como consertar o restante dos componentes.
A frio dá mais trabalho e consiste em manter uma tecla pressionada e medir os pares de terminais dois a dois até encontrar um que o ponteiro indica menos de 1K. Se o ponteiro não mexer em nenhum par com a tecla pressionada, a membrana está com defeito.
A quente faça o seguinte: Conecte a placa no forno sem a membrana. Não esqueça de desligar o primário do trafo de A.T. Ligue o forno na tomada e com um pedaço de fio toque em cada dois terminais onde a fita do teclado encaixa. Se as funções forem sendo acionadas, a placa está boa e a membrana deverá ser trocada. Se as funções não atuarem, o defeito é na placa.
A membrana é auto colante o painel do forno e antes de colá-la na sua posição definitiva, devemos encaixá-la no conector sem retirar o papel de trás (auto adesivo) e apertar as teclas. Se estas obedecerem aos comandos, pode-se destacá-la e colá-la em definitivo. Se não funcionar, devemos trocar a membrana onde foi comprada.
Nesta placa há um CI chamado microcontrolador. Como seu nome indica ele controla todas as funções do microondas como tempo de preparo, descongelamento, relógio, etc e acende um display mostrador que pode ser fluorescente ou de cristal líquido. Nesta seção falaremos sobre os principais componentes e os defeitos da placa de controle:
FONTE DE ALIMENTAÇÃO DA PLACA DE CONTROLE
Tem a função de fornecer as tensões contínuas necessárias para a alimentação da placa de controle. A fonte é facilmente achada na placa de controle através do trafo, 4 diodos e o capacitor de filtro (o maior eletrolítico da placa). Geralmente a fonte da placa fornece as seguintes tensões: 12 ou 24 VDC para os relês, 5 V para o CI micro e 2 ou 3 VAC para acender o filamento do display fluorescente. Se o forno usa display de cristal líquido não haverá a tensão de filamento.
Abaixo vemos o esquema de uma fonte usada num modelo de forno da “Sharp”:
Para testar este trafo a frio, use a escala de X1, meça os pinos do primário, o ponteiro deve indicar entre 100 e 500 Ω, os pinos do secundário de 24 V, o ponteiro deve indicar um pouco mais de 10 Ω e os pinos do secundário de 3 V, o ponteiro deve indicar menos de 10 Ω. Se o ponteiro não deflexionar em alguns dos enrolamentos, o trafo está queimado e a placa de controle não funcionará. Abaixo vemos como é feito o teste do trafo:
VARISTOR O varistor é um resistor especial que altera a resistência quando a tensão nos seus terminais também é alterada. Na placa de controle há um varistor ligado em paralelo com o transformador. O varistor é especificado pelo seu limite de tensão. Para fornos de 110 V o varistor pode ser de 150 ou 175 V. Nos fornos de 220 V o varistor é de 300 V. Em condições normais de funcionamento sua resistência é muito alta. Quando a tensão da rede fica acima do valor nominal, a resistência do varistor diminui e ele amortece o pico de tensão no primário, impedindo-o de queimar. Quando a tensão da rede ultrapassa o limite do varistor, ele queima (entra em curto) e abre trilha que alimenta o trafo, desligando o forno imediatamente. Portanto o varistor funciona como um dispositivo de proteção do trafo da placa. Porém nada impede do trafo queimar junto com o varistor durante uma sobrecarga violenta no primário.
Abaixo vemos o aspecto e como testar este componente em X10K:
O relê é uma chave magnética, ou seja, acionada por uma bobina. O forno possui pelo menos dois relês na placa de controle: um deles, o maior, para alimentar o trafo de A.T. e outro menor para alimentar os motores e a lâmpada. Abaixo vemos estes componentes e o símbolo:
Cada relê é acionado por um dois transístores que recebem uma tensão de acionamento na base vinda de um dos pinos do CI micro. Abaixo vemos o exemplo de um circuito de acionamento usado por um dos microondas da “Sharp”:
Abaixo vemos estes testes:
Dificilmente este fusível abre a toa. Geralmente quando isto ocorre o ventilador pode estar com defeito e o magnetron superaqueceu, ou um dos relês da placa de controle está com defeito ou então o dono do forno deixou um alimento por muito tempo cozinhando e o aparelho aqueceu demasiadamente ou ainda colocaram algum recipiente de metal dentro do microondas. Só se deve colocar recipientes de plástico resistente, de vidro ou de porcelana dentro do microondas. Portanto verifique estas possibilidades antes de trocar o fusível térmico.
O forno possui 3 chaves acionadas pelos trincos da porta. Todas têm a mesma finalidade: não deixar o forno funcionar com a porta aberta. Abaixo vemos o aspecto destas chaves e a posição que elas ficam num modelo de forno da “Sharp”:
O transformador tem um primário para 110 ou 220 V (dependendo do modelo de forno) e dois secundários, um de 2.000 V e outro de 3 V. O capacitor de filtro tem um resistor embutido para descarregá-lo assim que o forno é desligado.
Funcionamento da fonte de A.T. – Quando o terminal de cima do secundário fica positivo, o diodo conduz e carrega o capacitor com – 2.000 V. Quando o terminal de cima fica negativo, o diodo não conduz e a carga do capacitor (- 2.000 V) se soma com a tensão do secundário (- 2.000 V), resultando numa tensão contínua de – 4.000 V aplicada no filamento-catodo do magnetron – MAG.
Conforme já visto, o magnetron é uma válvula especial usada para gerar as microondas que aquecerão os alimentos. Abaixo vemos o aspecto físico e a construção deste componente:
Aplicando uma tensão de 3 V no filamento, este aquece o catodo (que está ligado no próprio filamento). O catodo aquecido libera os elétrons que são atraídos com força pela placa através de uma alta tensão (0 V na placa e – 4.000 V no filamento-catodo). O campo magnético dos dois imãs colocados em volta do magnetron faz os elétrons girarem em alta velocidade em volta das pequenas cavidades da placa. Cada cavidade funciona como uma bobina e um capacitor em paralelo ressonantes em 2.450 MHz. Desta forma com o movimento dos elétrons as ondas são induzidas nestas cavidades, se somam e saem pela antena com grande intensidade (cerca de 900 W).
OBS. IMPORTANTE – O magnetron nunca deve ser ligado sem estar parafusado no seu local correto, pois as ondas emitidas por ele são perigosas ao corpo humano, podendo causar queimaduras ou até câncer. Basta lembrar que nosso corpo é formado basicamente de água (75%).
Podemos fazer dois tipos de teste com o magnetron desligado: a continuidade do filamento e o curto entre o filamento e a carcaça (defeito mais comum neste tipo de componente).
Meça os dois terminais do filamento. O ponteiro deve ir até o zero. Se o ponteiro não mexer, o filamento está aberto (defeito raro). Abra a tampa traseira do magnetron e verifique se o fio do filamento não escapou do terminal. Se isto ocorreu, basta ressoldá-lo. Agora coloque uma ponta no filamento e a outra na carcaça. O ponteiro não deve mexer. Se o ponteiro mexer, o magnetron está em curto e deve ser trocado.