Desejados por todo o mercado tecnológico, os consoles atuais são muito mais do que plataformas para jogos. Saiba escolher o melhor para você.
Se tem alguma linha de produto que viu um enorme salto neste ano de 2011, foi a dos video games. Tanto nos jogos como no hardware - os consoles que você adquire -, é inegável que o segmento global de entretenimento eletrônico aumentou suas áreas de influência, participando de uma forma mais cultural no cotidiano das pessoas.
Aqui no Brasil, muitas foram as vezes em que os video games foram citados como algo mais do que um módico brinquedo. Nossos representantes políticos em Brasília parecem enfim reconhecer o potencial mercadológico dos video games, inclusive relatando em votação unânime benefícios legislativos que prometem, ao menos em teoria, reduzir o preço de consumo desse tipo de produto - algo memorável considerando preço ingrato que o brasileiro paga.
E como estamos chegando no Natal, época de presentes e "mimos", o Olhar Digital elaborou um breve guia, listando os prós e contras de cada um dos três consoles, além de incluirmos uma página para quem ainda é amante dos jogos de PC e também para smartphones e portáteis. Veja mais nas páginas a seguir.
XBOX 360
A Microsoft foi a primeira a entrar no que chamamos de "sétima geração dos consoles de mesa". O Xbox 360 já entrou no mercado com certa vantagem, devido à base já instalada da plataforma online Xbox Live Arcade. Claro, também ajudou o fato dele sair no mercado um ano antes dos outros.
O Xbox 360 passou por diversos percalços e uma remodelação visual completa. Contando aproximados dois a três anos após seu lançamento, diversos usuários sofriam do que ficou conhecido como "Red Ring of Death" ou então "3RL" - siglas que indicavam que o console havia tido um malfuncionamento que o colocou em estado de perda total. Com o passar dos anos, porém, a Microsoft conseguiu criar formas
de trazer à vida os consoles "mortos", dependendo do erro que causou a pane, além de fortificar e minimizar as ocorrências. Hoje, o Xbox 360, em sua versão "Slim" já não possui os mesmos problemas técnicos, embora um ou outro caso apareça de vez em quanto.
Diversas franquias consagradas do mercado mundial tiveram seu início - além de um atestado de fidelidade à Microsoft - o que auxilia na popularidade crescente do Xbox 360: jogos como Halo, Gears of War, Fable são exclusivos do console e não poderão ser achados em outro lugar. E a Xbox Live Arcade, apesar de exigir pagamento de assinatura, possui uma interface mais evoluída e é mais popular para quem gosta de jogar partidas multiplayer.
Mais além, o mais avançado dos sensores de movimento do mercado está disponível para o Xbox 360: o Microsoft Kinect - criado pelo brasileiro Alex Kipman - consiste em livrar o jogador de carregar qualquer aparelhagem e usar o próprio corpo para controlar os jogos.
Veja abaixo tabela de informações gerais do console:
XBOX 360 |
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Modelo |
Especificações Técnicas |
Preço |
4 GB de disco |
Placa-mãe Valhalla, processador XCGPU, cinco portas USB 2.0, porta periférica USB para acoplagem de acessórios, suporte a wi-fi 802.11 b/g/m, armazenamento on board |
R$ 799,00 |
250 GB de disco |
R$ 1.099 |
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4 GB de disco + sensor Kinect |
R$ 1.099 |
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250 GB de disco + sensor Kinect |
R$ 1.299 |
PlayStation 3
A Sony pode ser, nesta geração, a empresa que mais deu sorte, pois cometeu erros de logistica desde o lançamento do PlayStation 3. Para começar, o console negro foi lançado quase um ano depois de seu maior concorrente, o Xbox 360. Para complicar, o preço de lançamento do PS3 desagradou o mercado global - US$ 600, o que desencorajou investimento dos acionistas.
Entretanto, a implementação da PlayStation Network de forma gratuita, suas futuras localizações e eventuais reduções de preço, aliado aos jogos que a Sony sempre conseguia lançar em mais quantidades de edições especiais que o Xbox 360, conseguiram fazer com que o PlayStation 3 alavancasse suas vendas e pudesse disputar o mercado de igual para igual com seus maiores concorrentes. O PlayStation 3 é o mais caro dos três consoles de mesa da atualidade. Em compensação, é o que dispõe de recursos multimídia mais avançados. A mídia usada em seus jogos é o Blu-ray, o que confere alta definição por padrão. Os gráficos reproduzidos por ele são de fato levemente mais trabalhados que no Xbox 360, mas apenas jogadores mais técnicos irão notar - ou se importar - com isso.
Desde seu lançamento, o PS3 conta com suporte wi-fi e entrada HDMI, prezando pela alta definição de som e imagem ao mesmo tempo em que tenta assegurar a presença online do usuário enquanto joga. Posteriormente, a Sony adicionou o recurso de Trophies, conquistas habilitadas quando determinados feitos dentro de um jogo são cumpridos - uma clara competição aos achievements da Microsoft. E, ao contrário do console adversário, que usa o DVD como mídia padrão, o PS3 não tem grandes problemas com travas de região.
Entretanto, a Sony também removeu recursos que deixaram jogadores furiosos: a retrocompatibilidade, ou seja, a capacidade de rodar jogos do PlayStation original e do PlayStation 2, foi deixada de lado no meio do caminho e a Sony já disse que não tem intenção de trazê-la de volta. Apenas jogadores que possuem o modelo de lançamento do PS3 podem desfrutar desse recurso. Também foi removida a opção de instalar outro sistema operacional, onde a Sony justificou dizendo que hackers estariam usando-a para explorar falhas de segurança e quebrar as travas do console.
As exclusividades do PlayStation 3 também são numerosas, sem falar que a maior parte delas descende de versões já consagradas da geração passada, como God of War e Metal Gear Solid. Outros jogos foram criados para o PS3 e conseguiram fazer história, como Uncharted e Littlebigplanet. Há ainda os títulos que, apesar de hoje serem multiplataforma, saíram antes do PS3, como Final Fantasy XIII (apesar de ter lançamento simultaneo no Ocidente, saiu antes para o PS3 no Japão).
Veja abaixo tabela de informações gerais do console:
PLAYSTATION 3 |
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Modelo |
Especificações Técnicas |
Preço |
HD 120GB |
Leitor óptico de duas velocidades, que reproduz CD, DVD, Blu-ray e outras mídias ópticas; microprocessador IBM Cell 3.2GHz; processador gráfico NVIDIA RSX “Reality Synthethizer”, 512 MB de memória, particionadas pela metade para processamento e aceleração gráfica; entrada Ethernet, conectividade Bluetooth 2.0, quatro entradas USB 2.0, HDMI 1.4, suporte a wi-fi 802.11 b/g/n; leitor de cartões de memória padrão SD/MMC e CompactFlash Drive |
R$ 1.299,00 |
HD 160GB |
R$ 1.399,00 |
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HD 320GB |
R$ 1.599,00 |
Nintendo Wii
O Wii teve o lançamento mais tardio dos três consoles atuais, chegando um mês depois do PS3. Entretanto, foi o mais bem-sucedido de todos. Devido à mudança de prática da Nintendo para apelar mais ao público casual, o Nintendo Wii ficou taxado como um console destinado à família. Lançamentos como Wii Fit e versões mais festivas da franquia do icônico Super Mario, para citar alguns exemplos, são prova disso.
O Wii foi o primeiro a usar a tecnologia de sensor de movimentos em seu Wii Remote - algo que trabalha em sua vantagem até hoje, pois, ao contrário dos sensores do PS3 e do Xbox 360, o joystick da Nintendo tem a tecnologia por padrão - o que foi extensamente empregado
tanto em jogos como em acessórios. Produtos singulares à marca Nintendo também tiveram que passar por adaptações aos controles, o que ajudou a revigorar alguns títulos que começavam a ficar antiquados.
No tocante ao hardware e à parte online, o Wii fica bem atrás de seus competidores (veja especificações técnicas de peças na tabela a seguir). O WiiWare, o canal online do Wii, é mal aproveitado e raramente entra em discussões recorrentes ao tópico "jogar online". A plataforma é criticada por inúmeras razões, chegando ao ponto de jogos mais recentes serem desenvolvidos sem recursos online.
Veja abaixo tabela de informações gerais do console:
NINTENDO Wii |
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Modelo |
Especificações Técnicas |
Preço |
Não há variantes/ modelo único |
Leitor de DVD (somente Wii Optical Discs de 12cm e GameCube Discs de 8cm), não reproduzindo DVDs e CDs; Sensor Bar para sincornizar com Wii Remote. Componentes internos não foram divulgados pela Nintendo |
R$ 699,00 |
Portáteis e smartphones
Poderosos como eles são, os três consoles de mesa tem uma falta gritante: portabilidade. Melhor dizendo, a ausência dela. Convenhamos, é meio difícil você simplesmente carregar na mochila um PS3 que pese aproximadamente seis quilos e encarar o transporte público paulistano. Sem falar que você não vai ligar o console. Dessa necessidade de manter seus jogadores jogando, com o perdão do trocadilho, é que Sony e Nintendo deram entrada no segmento de portáteis nesta sérima geração. A Nintendo, especificamente, já experiente com o GameBoy, trouxe ao mercado o Nintendo DS, enquanto a Sony lançou o PSP.
Mais uma vez, a Nintendo leva a melhor: o NintendoDS é o portátil mais vendido da história, recebendo novas e aprimoradas edições - a mais recente sendo o Nintendo 3DS. Já a Sony amargou vendas moderadas com o PSP e a tentativa de incentivar a distribuição digital via PSP Go, uma nova versão do portátil, foram frustradas, na melhor das situações. Ambos os portáteis sofrem, porém, com a pirataria. A popularidade de ambos se deve, em muito, por causa do mercado paralelo.
Comprar um 3DS, com sua reprodução de gráficos 3D sem óculos, franquias consagradas entrando no console em versões exclusivas e completo suporte da Nintendo, é uma excelente pedida. Dado o tempo de lançamento do portátil, os preços podem começar a cair logo, logo. Já o PSP não vale, definitivamente, a despesa. Seu preço ainda está alto, embora ele esteja em vias de ser descontinuado. No Japão, nesta última semana, já foi lançado seu sucessor, o PS Vita, que, ao que tudo indica, deve chegar ao Ocidente rapidamente.
Outro ponto que pode adiar sua compra de um console portátil: smartphones. Especificamente, iOS e Android. Ambos os sistemas operacionais cresceram muito no mercado de jogos devido à alta demanda por softwares interativos em suas respectivas lojas online. Desde jogos mais simples, como Angry Birds até material mais complexo, como Street Fighter IV, é fato que sua atenção deve ser dada também a esse nicho, especialmente considerando os preços: o já citado Street Fighter IV não sai da prateleira por menos que trinta dólares, enquanto o jogo na AppStore custa menos de dez.
Fonte: https://olhardigital.uol.com.br
Autor Rafael Arbulu