Aparelhos Eletrônicos

 

Entenda a TV DIGITAL

Introdução

No dia 2/12/2007, a televisão brasileira deu o primeiro passo para uma nova era: a das Transmissões Terrestres Digitais na grande São Paulo, que passou a receber as primeiras imagens de TV Digital no Brasil.

A Fig. 1 mostra essa data em uma tela plana 16:9 e com barras coloridas (Color Bars) que é um sinal de teste muito usado pela engenharia de TV. Quem está preparado para essa revolução tecnológica? O que precisa ser feito para usufruir dessa nova mídia que vai alterar a rotina de todos?



Figura 1 – Tela plana 16:9 mostra a data de inauguração da TV Digital no Brasil.

Economicamente, socialmente, cientificamente, politicamente, tecnologicamente, comercialmente e qualquer outro advérbio terminado em “MENTE” será afetado por essa nova forma de VER TV.

A TV analógica persiste desde as experiências com o disco de Nipkov (Ver Obs. 2), considerado por muitos como o inventor da TV; a única novidade foi a introdução das cores, na década de 1950 nos EUA; no Brasil elas chegaram em 1972, no dia 19 de fevereiro com a transmissão da FESTA DA UVA diretamente de Caxias do Sul; eram somente 500 televisores coloridos recebendo a transmissão.

O que é a TV analógica?

Tecnicamente falando, e de maneira simplificada, podemos dizer que a TV analógica forma a imagem e o som de modo contínuo.

Por isso vemos hoje imagens com contornos borrados (principalmente nas partes coloridas), chuviscos provocados por interferências (secadores de cabelo, liquidificadores, motores de carros / motos de modelos mais antigos com ignição convencional, são exemplos bem conhecidos de todos), fantasmas, ruídos, distorções na cor da pele das pessoas, dificuldade para ler textos e números pequenos e, além de tudo, ouvir um som pobre, que às vezes até vem em estéreo.

Mas quando falamos em TV analógica estamos nos referindo somente à transmissão, porque nos estúdios, praticamente todas as Emissoras já usam o formato digital. O telespectador é passivo (não interage com a mídia) e para assisti-la é necessário estar dentro de uma sala na hora que o programa vai começar.

O que muda com a TV Digital?

A TV Digital transforma cada minúsculo elemento da cena e do som em um número binário formado somente por zeros (0) e uns(1); é a mesma linguagem tecnológica dos computadores. E o que ela trás de diferencial para o telespectador?

O primeiro grande impacto é a ALTA DEFINIÇÃO (Ver Obs. 3), que aparece na mídia com as siglas HD (High Definition - Alta Definição) ou HDTV (High Definition Television - Televisão de Alta Definição) em inglês.

Alta Definição significa ver mais detalhes na imagem (como nos cinemas, por exemplo). A introdução da HDTV será gradual, (mas as transmissões já vão iniciar no formato digital com resolução comum conhecida como SD de Standard Definition).

O telespectador vai sentir a diferença, porque as distorções da TV analógica já citadas desaparecerão, ou seja, teremos uma imagem limpa e ainda um som com qualidade dos atuais CDs. Ouvir som Surround 5.1 – É um som com 6 caixas acústicas, realce dos graves, conhecido na mídia como som de Home Theater.

Esse som somente será usado com HDTV. Tela no formato 16:9. Esse número é a relação entre Largura e Altura da tela; às vezes é chamada de “tela de cinema” ou “tela larga”. Esse formato permite ver mais áreas das cenas do que a TV tradicional analógica, cuja relação é 4:3 (tela quase quadrada).

Essa característica, em coberturas esportivas, nos trás a sensação de estarmos assistindo o evento no local onde ele acontece. Os analistas técnicos terão de ter mais cuidados nos seus comentários, porque estaremos com mais informações na tela (Ver Obs. 4).

Mobilidade e Portabilidade são características que vão acabar com a angústia de chegar rapidinho em casa para não perder “Aquele Programa”. O nosso sistema de TV Digital permite que os programas possam ser vistos dentro de ônibus, carros, barcos, aviões, Lap tops, em celulares com os telespectadores em movimento, nos desk tops dos escritórios, ou até com receptores de bolso.

Multiprogramação - É uma alternativa para a Alta Definição, que permite ver programas diferentes no mesmo canal, ou ver o mesmo programa com vários ângulos/posições diferentes (muito bom para esportes em geral). Poderá reduzir conflitos em casa: Um vê Novela, Outro vê Notícias, o Terceiro vê Esportes e o Quarto vê Desenhos.

Esse recurso é configurável e a Emissora poderá diminuir o número de canais aumentando a resolução; por exemplo, dois programas com resolução maior que o SD, mas menor que o HD. Para usar esse recurso, precisa ter um aparelho para cada programa, até porque o Áudio vem embutido no vídeo do programa

Interatividade permite fazer compras pela TV sem ter que usar telefone, votar em pesquisas, consultar o guia de programação das emissoras e outros serviços que vão aparecer à medida que a TV Digital for se consolidando em todo país.

O que preciso fazer para assistir a TV Digital?

Essa resposta vai depender dos desejos e das facilidades técnicas que cada um tem hoje no seu endereço residencial/profissional. As primeiras transmissões digitais, na cidade de São Paulo, serão feitas na faixa de UHF. Logo, aA primeira providência é verificar se nos seus endereços é possível receber imagem de TV em UHF (Ultra High Frequency - Freqüência ultra-alta), usando ANTENA INTERNA.

Elas são pequenas e diferentes das normalmente vistas em instalações de Antenas Coletivas. A Fig.2 mostra uma só como referência. Se não for possível, será necessário instalar uma ANTENA EXTERNA de UHF. Existem muitos modelos. A Fig.3 mostra um entre vários disponíveis.

Se você mora em condomínio, é importante consultar um profissional da área, uma vez que é essencial que o sistema de antena coletiva esteja em boas condições de captar, processar e distribuir os canais de UHF.

Fig.2 - Uma antena interna de UHF Fig.3 - Uma antena externa de UHF

Resolvido o problema da antena de UHF, é preciso conhecer outro produto chamado de conversor digital (Set-top-box, Caixinha conversora etc); a indústria criará outros nomes para ele, mais fortes em termos de marketing. Para que serve esse dispositivo?

Basicamente ele executa três funções:

1 - Converte a TV Digital em TV analógica para os atuais televisores analógicos ou as telas de LCD e Plasma já à venda. A indústria já colocou no mercado televisores de LCD e plasma com conversor digital embutido.

2- Permite Interatividade.

3 - Permite funções adicionais como, por exemplo, usar um disco rígido chamado PVR (Personal Vídeo Recorder – Ele substitui os atuais Videocassete, mas com qualidade digital) para gravar programas.

ATENÇÃO: comercializar programas gravados diretamente DO AR continua sendo crime. A indústria oferecerá vários tipos de conversores digitaisoxs, desde o mais simples (popularmente chamado de zapper - nome originado do jogo Nintendo.

CUIDADO! Verifique se ele permite receber HDTV), que só atende ao item 1 acima, até o mais sofisticado que atende a todos os três. Veja na Fig.4 um conversor digital.

Fig. 4 Um Conversor digital com seu controle remoto.

Falta alguma coisa mais?

SIM. Agora podemos comparar o que temos com o que desejamos assistir, para decidir sobre investimento.
1 - Temos um aparelho de TV Digital Integrado, com conversor digital Completo e sintonizador de canais embutidos.
Nessa situação não é necessário comprar nada; é só ligar o cabo da antena de UHF no televisor, escolher o programa e deliciar-se com a nova mídia;

2 - Temos um aparelho de TV Digital sem sintonizador (normalmente é chamado de Monitor, como nos Microcomputadores, por exemplo, ou como se usa a TV atualmente com o reprodutor de DVDs externo.

Nesse caso temos que comprar um conversor digital; o modelo vai depender do que se deseja obter da TV Digital. Quer gravar e fazer Interatividade? Usa o Completo. Só quer ver? Usa o modelo básico. A nossa indústria vai oferecer muitas outras opções intermediárias.

3 - Temos um Televisor analógico.

A situação é semelhante ao item 2 anterior. Será necessário adquirir um conversor digital, cujo modelo vai depender do que o usuário deseja. A diferença é que a qualidade da imagem e do som vai ser definida pelo televisor analógico, mas a imagem será boa, clara e livre de fantasmas e/ou ruídos; e o som vai parecer CD.


Bem, com essas informações há duas alternativas para escolher:

1 – Preparar o seu endereço social e profissional para receber essa nova mídia, ou
2 – Pedir ao vizinho para assistir no endereço dele.

Obs. 1 – Mesmo na cidade de São Paulo haverá bairros com falta de sinal; quanto aos demais municípios, uns terão boa cobertura, outros não. Num segundo momento, com auxílio de reforçadores de sinais, será possível para as Emissoras cobrirem toda grande São Paulo.

Obs 2 – Paul Nipkov, um jovem cientista alemão terminou seu disco em 24/12/1883, mas somente o apresentou ao público em 04/01/1884. Em 1925 o inglês John Logie Baird usou o disco para fazer a primeira transmissão de TV usando esse disco.

Obs. 3 – A mídia destacou o aumento na procura de cirurgias plásticas e estéticas na grande Beverly Hills, em Los Angeles, USA, motivada pela preocupação dos/as artistas que conhecem bem as características da alta definição, que não esconde nada. Maquiadores e Técnicos de Iluminação são também profissões em alta por lá. Por aqui a tendência, provavelmente, será seguir Hollywood.

Obs. 4 - Presenciei uma situação real relacionada a essa característica. Uma pessoa sem nenhum conhecimento técnico assistiu comigo, em HDTV, o final da Copa do Mundo de 2002 em uma sala de cinema do Rio de Janeiro. Claro que foi uma alegria geral ver os dois gols do Ronaldinho Fenômeno nos dar o título de PENTA campeão. Mas, agora ela não quer ver mais futebol em tela 4:3 e sem alta definição. Quem vê HDTV uma vez não aceita voltar para a TV de definição comum SD (definição padrão).

Fonte: www.dtv.org.br

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