A história da DAKO começou em 16 de novembro de 1935, quando
Joaquim Gabriel Penteado - o "Seu Joá" - adquiriu uma fábrica paulista de
fogões, praticamente desativada. Com isso, é inaugurada a Sociedade Dako do
Brasil, com um capital inicial de 400 contos de Réis, moeda corrente na época.
As cozinhas das cidades grandes usavam os fogões a carvão, mas esses
representavam a minoria. Os moradores dos bairros de periferia e as camadas mais
pobres da população ainda usavam a lenha para cozinhar.
Nessa época, o
Brasil viajava de trem a vapor. Os aquecedores a carvão para os vagões de
passageiros da "Paulista" surgiram como uma oportunidade para a pequena Dako,
vislumbrada pelo "Seu Joá". Além disso, representava a ligação emotiva com o pai
ferroviário; porém, a necessidade de mercado falou mais alto.
A origem
do nome DAKO vem da abreviação do sobrenome de seu primeiro proprietário, o
italiano Heitor Dácomo. Com os recursos então disponíveis, a DAKO mantinha uma
produção mensal de 35 fogões, que eram produzidos de forma quase que artesanal.
Os fogões a carvão, chamados de Piloto, em pouco tempo projetaram o nome DAKO em
todo o País.
Em comparação à década anterior, a DAKO mostra ao mercado sua
capacidade como indústria, além de importante geradora de empregos. Em meados de
1941, a empresa mostra um importante aumento na produção atingindo a marca de 41
fogões por mês.
A partir de 1946, começam as operações da Companhia
Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda. Isso abriu caminho para diminuir a
dependência brasileira em relação aos manufaturados estrangeiros, criando assim,
uma infra-estrutura para sua própria indústria mecânica, como conseqüência, a
DAKO também cresce.
O sucesso dos fogões Piloto exige que a fábrica se
modernize, adotando uma seqüência mais dinâmica de processos industriais. Além
do Piloto, agora com a produção ampliada, produz-se também, em menor escala,
fogões populares à lenha. Os dois tipos de fogão, além de servirem à cozinha, no
inverno também funcionavam como aquecedores das casas.
Em 1947, dois
anos após o fim da Guerra, aconteceu uma mudança fundamental: a fábrica foi
transferida para Campinas, terra natal de Joaquim Penteado, onde encontraria as
condições ideais para seu desenvolvimento.
Com a mudança, a DAKO
torna-se uma das primeiras indústrias em atividade fora da cidade de São Paulo a
investir no potencial de uma cidade do interior do Estado.
No fim da
década de 40, o barateamento da energia elétrica com a construção de uma usina
termoelétrica em São Paulo, permite o início de produção dos primeiros fogões
elétricos nacionais.
O modelo Dako, com dois fornos, trazia um acessório
que fez enorme sucesso entre as donas-de-casa da época: a bifeteira, uma chapa
feita especialmente para fritar bifes.
Década de '50 - Solução para o racionamento de energia e o lançamento do modelo
Palace Hotel:
No Brasil, o início da década de '50 foi marcado por uma
forte crise de racionamento de energia elétrica, isso afetou não só as empresas
como também os consumidores domésticos.
Assim, a população passou a
encontrar dificuldades em utilizar diversos utensílios que requeriam energia
elétrica e, um exemplo claro dessa situação, foram os fogões elétricos que não
puderam ser usados.
Uma das soluções que surgiram como alternativa em
meio a essa crise foi a importação de fogões a querosene, mas em pouco tempo,
essa solução revelou não ser a melhor saída.
Os fogões importados não se
adequaram ao perfil dos consumidores brasileiros da época, devido a um motivo
muito peculiar: costumava-se misturar água ao querosene para se obter um "ganho"
no consumo do combustível - o famoso jeitinho brasileiro - porém essa mistura
provocava explosões nos fogões.
Diante desse quadro, a DAKO, sempre
compromissada em achar as melhores soluções para seus clientes, começou então a
produzir um fogão a querosene adaptado ao costume dos consumidores brasileiros
chamado de "pinga-pinga".
O novo modelo recebeu esse nome popular devido
a sua característica de controlar o fluxo do querosene através de pequenas
gotas. Das necessidades surgem as melhores invenções: o que seria considerado
uma desvantagem em relação aos produtos importados demonstrou ser a solução.
O resultado dessa nova estratégia na linha de produção foi um sucesso
total: a DAKO passou a produzir 100 fogões por dia, o que representou uma
demanda muito maior de pedidos e, conseqüentemente, de mão-de-obra. Com isso, a
empresa dava excelentes sinais de crescimento.
Em meados dos anos 50, a
Petrobrás iniciou a produção do gás de cozinha, também conhecido como GLP (sigla
do termo Gás Liquefeito de Petróleo), na refinaria de Cubatão. Começa, então,
oficialmente, a Era do Gás nas cozinhas brasileiras.
Com a aposta no
sucesso do novo combustível, a DAKO passou a usar toda sua capacidade para a
produção dos novos fogões. A partir de 1957, a empresa começou uma produção de
7.500 unidades por mês, que logo atingiram a marca de 10.000.
Em 1959, a
DAKO lançou no marcado o Palace Hotel, modelo que se tornou um verdadeiro marco
na história da empresa. Seu grande trunfo era ter no forno duas placas de
radiação de calor, o que o tornou conhecido como o melhor forno brasileiro.