Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4
Esse manual é uma coletânea sobre o choque elétrico encontrado em vários locais e apresenta diversas informações sobre segurança.
O choque elétrico é a reação do organismo à passagem da corrente elétrica. Eletricidade, por sua vez é o fluxo de elétrons de um átomo, através de um condutor, que vem a ser qualquer material que deixe a corrente elétrica passar facilmente (cobre, alumínio, água, etc.). Por outro lado, isolante é o material que não permite que a eletricidade passe através dele: vidro, plástico, borracha, etc.
Pode-se dizer que o progresso, no campo, está sempre associado à energia elétrica, que pode ser usada na casa (lâmpadas, geladeira, TV, chuveiro, etc.), no galpão (ordenhadeira mecânica, incubadora, picadeira, etc.), na conservação e transformação de alimentos (resfriadora de leite, estufa, freezer, etc.), no acionamento de máquinas e motores (para bombear água, na irrigação por aspersão, etc.) e em várias outras aplicações.
As fontes de eletricidade, na zona rural, se manifestam através dos seguintes equipamentos ou fenômenos:
raios
peixe-elétrico (o Poraquê)
atrito (eletricidade estática)
baterias (alimentadas por cataventos)
painéis fotovoltáicos (energia solar)
turbinas (energia hidráulica)
motores estacionários (geradores) e
motores elétricos
A energia elétrica, apesar de ser muito útil, é muito perigosa e pode provocar graves acidentes. A eletricidade provoca: queimaduras (até de terceiro grau), coagulação do sangue, lesão nos nervos, contração muscular e uma reação nervosa de estremecimento (a sensação de choque) que pode ser perigosa, se ela provocar a queda do indivíduo (de uma escada, árvore, muro, etc.) ou o seu contato com equipamentos perigosos.
Matematicamente, a Corrente elétrica (I), medida em Amperes ou simplesmente A, é representada pela razão entre a Tensão ou voltagem (V), medida em Volts e a Resistência à passagem da corrente ou resistor (R), medido em Ohms. Assim, uma corrente com tensão de 1000 volts, que passa num condutor com resistência de 500 Ohms, vale:
I = V/R = 1000/500 = 2 A
A milésima parte do Ampere é o Miliampere ou mA
Os efeitos estimados da corrente elétrica contínua de 60 Hertz, no organismo humano, podem ser resumidos na tabela que se segue:
EFEITOS ESTIMADOS DA ELETRICIDADE
CORRENTE | CONSEQUÊNCIA |
---|---|
1 mA | Apenas perceptível |
16 mA | Máxima tolerável |
20 mA | Parada respiratória |
100 mA | Ataque cardíaco |
2 A | Parada cardíaca |
RISCOS DE ACIDENTES
As lesões provocadas pelo choque elétrico podem ser de quatro (4) naturezas:
1 - eletrocução (fatal)
2 - choque elétrico
3 - queimaduras e
4 - quedas provocadas pelo choque
Eletrocução é a morte provocada pela exposição do corpo à uma dose letal de energia elétrica.
Os raios e os fios de alta tensão (voltagem superior a 600 volts), costumam provocar esse tipo de acidente. Também pode ocorrer a eletrocução com baixa voltragem (V<600 volts), se houver a presença de: poças d'água, roupas molhadas, umidade elevada ou suor.
A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seco, uma resistência passagem da corrente elétrica de 100.000 Ohms (cem mil). Quando molhada, porém, essa resistência cai para apenas 1.000 Ohms (mil).
A energia elétrica de alta voltagem, rapidamente rompe a pele, reduzindo a resistência do corpo para apenas 500 Ohms. Veja estes exemplos numéricos e compare-os com os dados da tabela acima. Os 2 primeiros casos, referem-se baixa voltagem (corrente de 120 volts) e o terceiro, à alta voltagem:
a) Corpo seco: 120 volts/100000 ohms = 0,0012 A = 1,2 mA (o indivíduo leva apenas um leve choque)
b) Corpo molhado: 120 volts/1000 ohms = 0,12 A = 120 mA (suficiente para provocar um ataque cardíaco)
c) Pele rompida: 1000 volts/500 ohms = 2 A (parada cardíaca e sérios danos aos órgãos internos).
Além da intensidade da corrente elétrica, o caminho percorrido pela eletricidade ao longo do corpo (do ponto onde entra até o ponto onde ela sai) e a duração do choque , são os responsáveis pela extensão e gravidade das lesões.
Os acidentes com eletricidade ocorrem de várias maneiras. Os riscos resultam de danos causados aos isolantes dos fios elétricos devido a roedores, envelhecimento, fiação imprópria, diâmetro ou material do fio inadequados, corrosão dos contatos, rompimento da linha por queda de galhos, falta de aterramento do equipamento elétrico, etc.
As benfeitorias agrícolas estão sujeitas à poeira, umidade e ambientes corrosivos, tornando-as especialmente problemáticas ao uso da eletricidade.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Há vários tipos de proteção e de providências que podem ser usados para se evitar o choque elétrico:
Fusíveis e disjuntores
Aterramentos
Materiais isolantes e
Uso de EPI
Outras recomendações
Plugue e use os dispositivos elétricos de segurança disponíveis como, por exemplo, a tomada de 3 pinos.
Considere todo fio elétrico como "positivo", ou seja, passível de provocar um choque mortal.
Cheque o estado de todos os fios e dispositivos elétricos; conserte-os ou substitua-os, se necessário. Aprenda como dimensionar o fio elétrico.
Certifique-se de que a corrente está desligada, antes de operar uma ferramenta elétrica.
Se um circúito elétrico em carga tiver de ser reparado, chame um eletricista qualificado para fazê-lo.
Use ferramentas "isoladas", que fornecem uma barreira adicional entre você e a corrente elétrica.
Use os fios recomendados para o tipo de serviço elétrico a que ele vai servir.
Não sobrecarregue uma única tomada com vários aparelhos elétricos, usando, por exemplo, o "benjamin".
Cuidado ao substituir a resistência queimada do seu chuveiro, pois o ambiente molhado aumenta o choque.
Fonte: www.ufrrj.br
CHOQUE ELÉTRICO
Sempre que for prestar socorro a uma vítima de acidente ou mal súbito, o socorrista deverá estar atento e obedecer os passos a seguir:
Mantenha-se calmo e evite o pânico.
Certifique-se de que há condições seguras o bastante para atendimento pré-hospitalar, sem risco para o socorrista e a vítima.
Faça uma avaliação primária da vítima e dê prioridade aos casos mais graves, como: hemorragia abundante, inconsciência, parada cárdio-respiratória, choque e envenenamento.
Você pode agravar o estado da vítima com manobras intempestivas.
Não abandone a vítima para procurar socorro.
Não dê líquidos ou mesmo produtos para inalação.
Não tracione membros ou faça movimentos bruscos com a vítima.
Garanta as funções vitais do acidentado (respiração e circulação).
Só remova a vítima se puder manter as funções vitais (respiração e circulação).
Mantenha a vítima em posição confortável e aquecida.
O atendimento deve ser feito preferencialmente no solo.
Transporte a vítima para o hospital mantendo as funções vitais.
Após qualquer atendimento de emergência, a vítima deve ser encaminhada para um atendimento médico especializado.
Preste informações corretas ao hospital sobre os procedimentos realizados, bem como, se possível, sobre os dados de saúde da vítima que você saiba (hipertensão, diabetes, hemofilia, epilepsia, gravidez, asma etc.).
Choque elétrico
O choque elétrico é a perturbação que se manifesta no organismo humano, quando este é percorrido pela corrente elétrica. A gravidade do acidente está ligada às características físicas da corrente e condições do acidente, tais como: natureza da corrente ( contínua ou alternada); freqüência; voltagem; resistência do corpo humano à passagem da corrente elétrica, que varia segundo as condições ambientais; percurso da corrente pelo corpo e tempo de duração da passagem.
Existem três formas distintas de ocorrer o choque elétrico.
O choque estático acontece com o contato com equipamentos que possuem eletricidade estática, como por exemplo, um capacitor carregado.
O choque dinâmico é através do contato ou excessiva aproximação do fio fase de uma rede ou circuito de alimentação elétrico descoberto.
Através do raio, acontece o choque atmosférico que é o recebimento de descarga atmosférica.
As manifestações do choque são: contrações musculares; comprometimento do sistema nervoso central, podendo levar à parada respiratória; comprometimento cardiovascular provocando a fibrilação ventricular - "parada cardíaca"; queimaduras de grau e extensão variáveis, podendo chegar até a necrose do tecido.
Em caso de acidente com choque elétrico, a primeira atitude para socorro da vítima é desligar a corrente elétrica o mais rápido possível ou afastar a vítima do contato elétrico, utilizando material isolante elétrico seco ( borracha, madeira, amianto etc).
O segundo passo é verificar o nível de consciência e sinais vitais; realize a ressucitação cárdio-pulmonar, se necessário; cuide das queimaduras, se houver, e providencie a hospitalização da vítima. Os casos mais graves causados por choque são a parada cárdio-respiratória e queimadura.
Emergência Cardio-respiratória
A ressucitação cárdio-pulmonar é um conjunto de manobras utilizadas para restabelecimento das funções circulatória e respiratória para preservar a vida.
A parada cárdio-respiratória pode ser provocada pelo choque elétrico. As manifestações são inconsciência, parada respiratória e ausência de pulso em grande artéria.
O socorrista deve certificar-se da parada cardio-respiratória, observando a ausência de movimentos do tórax e pulso. Para o socorro, deve-se colocar a vítima de barriga para cima; afrouxar as roupas; abrir e desobstruir as vias aéreas, hiperextendendo a cabeça da vítima; depois deve-se colocar a máscara (Pocket Mask) na face da vítima e fazer duas expirações firmes e profundas ( de 1,5 a 2 segundos cada), de modo a expandir os pulmões.
Se houver pulso arterial, mas não respiração, o socorrista deve fazer uma ventilação a cada 5 segundos (em caso de adulto), verificando o pulso frequentemente, até a presença de um suporte avançado.
Na ausência de pulso, quando se tratar de um socorrista, fazer massagem cardíaca, comprimindo o tórax 15 vezes, alternando esse movimento com 2 ventilações, procurando manter uma frequencia de 80 a 100 massagens por minuto. O socorrista deve verificar a eficiência da reanimação, após 5 ciclos de 15 por 2. Sempre procurando a presença de pulso.
Caso haja dois socorristas que saibam fazer a massagem cardíaca, a ressucitação cardio-pulmonar deve ser feita utilizando o método de uma ventilação para cinco massagens. O socorrista que está ventilando deve, intermitentemente, palpar uma das carótidas por alguns segundos.
Quando você não tem conhecimento do ocorrido, e a vítima apresentar, concomitantemente, rigidez de articulação, pele fria e arroxeada, manchas hipostáticas e pupilas dilatadas, não deverá ser realizada a ressucitação cárdio-respiratória.
A ressucitação cárdio-respiratória deverá ser finalizada quando as funções vitais retornar, na exaustão do único socorrista ou na presença de uma autoridade médica.
Fonte: www.cemig.com.br