Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4
Esse manual é uma coletânea sobre o choque elétrico encontrado em vários locais e apresenta diversas informações sobre segurança.
Choques de grandes proporções podem levar à morte. De acordo com pesquisas, de cada cinco choques, um é fatal, enquanto que, em outros tipos de acidentes, ocorre uma morte para cada 200 ocorrências, em média.
O choque elétrico é uma perturbação com características e efeitos diversos que se manifesta no organismo humano quando este é percorrido, em certas condições, por uma corrente elétrica.
O que o choque elétrico pode causar |
Em quais situações |
Interromper o funcionamento do coração e rgãos respiratórios | Quando a corrente elétrica age diretamente nestas áreas do corpo. |
Queimaduras | Quando a energia elétrica é transformada em energia calorífica, podendo a temperatura chegar a mais de mil graus centígrados. |
Asfixia mecânica ou outras ações indiretas | Sob o efeito da corrente elétrica, a língua se enrola, fechando a passagem de ar. Outra ação indireta é quando a vítima cai de uma escada ou do alto de um poste. |
Variantes do choque | |
Intensidade da corrente | Quanto maior a intensidade da corrente, pior o efeito no corpo. As de baixa intensidade provocam contração muscular - é quando a pessoa não consegue soltar o objeto energizado. |
Freqüência | As correntes elétricas de alta freqüência são menos perigosas ao organismo do que as de baixa freqüência. |
Tempo de duração | Quanto maior o tempo de exposição à corrente, maior será seu efeito no organismo. |
Natureza da corrente | O corpo humano é mais sensível à corrente alternada de freqüência industrial (50/60 Hz) do que à corrente contínua. |
Condições orgânicas | Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, mentais, deficiência alimentar, entre outros, estão mais propensas a sofrer com maior intensidade os efeitos do choque elétrico. Até intensidade de corrente relativamente fraca pode causar conseqüências graves em idosos. |
Percurso da corrente | Dependendo do percurso que realizar no corpo humano, a corrente pode atingir centros e órgãos de importância vital, como o coração e os pulmões. |
Resistência do corpo | A pele molhada permite maior intensidade de corrente elétrica do que a pele seca. |
Quando o choque fica limitado a, por exemplo, dois dedos de uma mesma mão, não há risco de morte, mas a vítima pode sofrer queimaduras ou perder os dedos.
A corrente entra por uma das mãos e sai pela outra, percorrendo o tórax. É um dos percursos mais perigosos. Dependendo da intensidade de corrente, pode ocasionar parada cardíaca.
A corrente entra por uma das mãos e sai por um dos pés. Percorre parte do tórax, centros nervosos, diafragma. Dependendo da intensidade da corrente produzirá asfixia e fibrilação ventricular e, consequentemente, parada cardíaca.
A corrente vai de um pé a outro, através de coxas, pernas e abdômen. O perigo é menor que nos dois casos anteriores, mas a vítima pode sofrer perturbações dos órgãos abdominais e músculos.
Contrações musculares.
Queimaduras.
Alteração do funcionamento do coração e dos pulmões.
Paralisia temporária do sistema nervoso.
Asfixia (ausência de respiração).
Alterações na composição do sangue (eletrólise).
Anoxia (ausência de oxigênio no sistema respiratório.
Anoxemia (falta de oxigênio no sangue) causada pela anoxia.
Fibrilação ventricular (o coração deixa de bombear o sangue).
Morte aparente (perda dos sentidos causada por anoxia e anoxemia).
Fonte: www.celg.com.br
A mais importante delas é que o conhecimento pode evitar acidentes, por isso, inicialmente você deve saber que:
A energia elétrica é um bem comum e está a disposição de todos, trazendo bem estar, conforto, comodidade e facilitando nossa vida, seja no trabalho, nos esportes, no lazer.
Para que isso possa acontecer, a energia elétrica precisa ser transmitida por um meio físico, que são as linhas de transmissão e redes de distribuição. Essas instalações são, então, eletrificadas, e conduzem a energia elétrica das usinas aos pontos de consumo.
A maioria dessas instalações é aérea e está montada no alto de postes ou torres, separada da estrutura de apoio por meio de materiais isolantes, tais como cerâmica, vidro e materiais plásticos.
A utilização desse precioso bem deve ser feita com o cuidado necessário para que ninguém venha a sofrer lesões decorrentes do uso indevido, tais como choques elétricos, queimaduras, etc.
Choques elétricos em humanos ocorrem quando estes se tornam parte de um circuito elétrico. Vejamos alguns exemplos:
Uma pessoa está em contato com o solo e toca em algo energizado (um motor, um chuveiro, uma resistência, um fio descascado, a parte metálica de uma lâmpada, etc).
A energia elétrica vai escoar para o solo por meio do corpo da pessoa, que dizemos, estará aterrando o circuito. A essa passagem de energia denominamos choque elétrico fase-terra. Também pode ocorrer choque elétrico se a pessoa entra em contato com dois fios de fases diferentes. Nesse caso, independente se está em contato com o solo ou não, haverá a passagem de energia elétrica pelo corpo, constituindo-se num choque elétrico entre fases.
A energia elétrica entra em contato com o corpo e daí se descarrega para a terra. Também pode ocorrer quando um corpo fecha contato entre duas fases diferentes.
A passagem de energia elétrica pelo corpo de uma pessoa gera calor e contrações musculares. Esses efeitos são responsáveis pelas queimaduras e paradas-cardíacas, sempre presentes na maioria dos choques elétricos.
Nos casos em que há queda de locais altos, também podem ocorrem fraturas e demais consequências, tais como hemorragias, infecções, lacerações, danos em sistemas e aparelhos fisiológicos, etc.
No choque elétrico são envolvidas diretamente 4 grandezas: o tempo de contato, as condições de contato da pessoa com o solo, a resistência ôhmica do corpo e a intensidade da corrente elétrica que circulará.
A vítima tocar em instalações energizadas (tensão de toque);
Se a vítima estiver caminhando na direção de onde haja um fio caído ao solo (tensão de passo);
Se a vítima adentrar ao campo elétrico que é formado externamente às instalações energizadas (como referência, para cada 1.000 Volts é necessário 1 cm de ar para que possa haver o isolamento. Sob certas condições, essa distância pode até ser aumentada, o que justifica dizer que jamais as pessoas leigas devem se aproximar de condutores elétricos sem saberem realmente o que estão fazendo!)
Para uma convivência segura e tranquila com instalações elétricas, veja o que deve ser feito:
Dentro de casa e edificações de lazer e recreação e atividades administrativas:
Só mexer com instalações elétricas se tiver conhecimento e habilitação para isso;
Não permita instalações elétricas mal feitas, mal emendadas ou inadequadas. A prática mostra que isso está profundamente relacionado com os casos de acidentes, mortes e incêndios;
Não sobrecarregar as fiações, fazendo com que passe por elas maior corrente elétrica do que está capacitada. Caso isso aconteça, a fiação começará a aquecer e pode ocorrer envelhecimento precoce do isolamento e riscos de incêndio;
Ao sair em viagens, retire da tomada todos os fios de equipamentos não essenciais. Especial cuidado com ferros elétricos, ar condicionado e aquecedores;
Ao sair em viagem certifique-se de que sua conta de energia está em dia e que não há probabilidade de eventual suspensão de fornecimento por falta de pagamento;
Ao construir ou reformar edificações, procurar colocar tomadas e interruptores em locais de difícil acesso às crianças. Caso isso não seja possível, adote o uso de protetores isolantes nas tomadas;
Não permita que crianças ou outras pessoas efetuem cortes com tesoura ou derrubem objetos metálicos nas fiações elétricas, pois isso resulta em curto-circuito;
Mantenha seus dispositivos de proteção elétrica sempre em dia e em perfeitas condições de funcionamento. Esses dispositivos, baseados essencialmente nos disjuntores de entrada de energia, devem desarmar sozinhos mediante mediante condições de sobrecarga na instalação;
Atualmente já há disponível no mercado, dispositivos de proteção chamados de DR - Diferencial Residual, que evitam choques elétricos quando pessoas entram em contato com partes vivas da instalação;
Nas indústrias urbanas e rurais, fábricas, oficinas, comércios e demais atividades correlatas:
Não permita que serviços em instalações elétricas sejam feitos por pessoas não capacitadas e/ou não qualificadas, conforme prescreve a NR-10 Norma Regulamentadora sobre Serviços e Instalações em Eletricidade;
Exigir que as instalações elétricas que forem construídas ou reformadas estejam atendendo os critérios prescritos na NBR-5410;
Exigir que prestadores de serviços de projeto, construção e manutenção de instalações elétricas emitam a necessária ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, perante os órgãos e entidades fiscalizadoras.
Zelar para que serviços executados em vias urbanas, fachadas, paredes, etc, não sejam feitos próximos da rede elétrica, de forma a evitar que esses trabalhadores venham a entrar em contato com a rede elétrica aérea e, com isso, se exponham a risco de vida, que é de responsabilidade de quem o contratou;
Manter sempre em local de conhecimento de principais pessoas, os esquemas unifilares da fiação, locais onde estão as proteções e onde deve haver desligamento manual em caso de emergências, tais como choque elétrico, incêndio, etc.
Para socorrer, é importante que o socorrista não se transforme numa próxima vítima, o que é muito comum em acidentes envolvendo eletricidade.
Para prestar um socorro adequado, ou reduzir as lesões e danos pessoais, primeiramente deve ser interrompido o fornecimento de energia às instalações com as quais a vítima está em contato. Isso pode ser feito com o desligamento de disjuntor, chave geral, etc, quando se tratar de instalações dentro de edificações.
Caso isso esteja ocorrendo em ambiente externo ou envolva instalações elétricas de alta tensão, o fato deve ser avisado imediatamente à Santa Cruz, pelo telefone 0800 7022196;
Tendo certeza que a vítima já não está mais energizada, remova os fios de perto dela usando utensílios isolantes e secos, tais como cabos de vassoura de madeira, cordas, tábuas. Importante que esse material seja isolante elétrico.
Estando a vítima em condições de receber assistência e não havendo risco para os socorristas, estes devem verificar se há respiração e pulsação na vítima. A partir desse ponto o socorro deve ser feito de preferência por pessoas que tenham conhecimento e iniciativa para aplicação dos mesmos.
Havendo parada cardíaca, será notada a ausência de pulsação e batimentos cardíacos, bem como o aumento da pupila (menina dos olhos). Nesse caso deve-se imediatamente efetuar a massagem cardíaca, através de compressões sobre o peito, na região inferior do osso externo, na velocidade de uma compressão por segundo.
Havendo parada respiratória, será notada a ausência da entrada e saída de ar ao pulmão da vítima. Nesse caso é imperativo que se inicie imediatamente a insuflação de ar fresco nos pulmões da vítima, com o método de respiração artificial, na velocidade de 2 insuflações a cada 5 segundos.
Essas medidas devem ser aplicadas à vítima, que deve estar deitada de costas e sobre superfície plana e rígida.
Enquanto essas medidas são aplicadas, deve-se buscar atendimento médico urgente, mesmo que a vítima recobre os sentidos após os primeiros tratamentos no local.
Há notícias de pessoas que ficaram por mais de uma hora sendo assistida por socorristas nessa situação e posteriormente foram adequadamente atendidas e conseguiram sobreviver.
É um tipo de socorro que exige persistência e conhecimento, não só para manter a vítima em condições de ser efetivamente salva, quanto para não agravar seu estado físico decorrentes das lesões outras, tais como fraturas de coluna, bacia, fraturas expostas, hemorragias, queimaduras, etc.
O choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar parada cárdio-respiratória.
Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3º grau) - a de entrada e de saída da corrente elétrica.
Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral.
Se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal ou um saco de papel.
Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de madeira ou bastão de borracha.
Se houver parada cárdio-respiratória, aplique a ressucitação.
Cubra as queimaduras com uma gaze ou com um pano bem limpo.
Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas. Se estiver inconsciente, deite-a de lado.
Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma.
Procure ajuda médica imediata.
Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a extremidade inferior do osso vertical que está no centro do peito (o chamado osso esterno).
Ao mesmo tempo, uma outra pessoa deve aplicar respiração boca-a-boca, firmando a cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o queixo levantado para esticar o pescoço.
Enquanto o ajudante enche os pulmões, soprando adequadamente para insuflá-los, pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração volte a bater.
Esta seqüência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver sozinho, faça dois sopros para cada quinze pressões no coração; se houver alguém ajudando-o, faça um sopro para cada cinco pressões.
Fonte: www.clfsc.com.br