II - TESTES DE VERIFICAÇÃO DO CIRCUITO
1 - MOTORES COM TORQUE NORMAL DE PARTIDA - RSIR
2 - MOTORES COM TORQUE NORMAL DE PARTIDA - PSC
3 - MOTORES COM TORQUE NORMAL DE PARTIDA - PTCSIR
4 - MOTORES COM TORQUE NORMAL DE PARTIDA - PTCSCR
5 - MOTORES COM ALTO TORQUE DE PARTIDA - CSIR
6 - MOTORES COM ALTO TORQUE DE PARTIDA - CSR
7 - MOTORES COM ALTO TORQUE DE PARTIDA - CSIR
III - CODIGOS DE TENSÕES E FAIXAS DE OPERAÇÃO
FOTOS
COMPONENTES ELÉTRICOS
Os componentes elétricos são desenvolvidos e testados nos laboratórios da Tecumseh, sendo específicos para cada modelo de compressor e de acordo com sua aplicação. Neste boletim técnico, vamos conhecer os componentes elétricos mais comuns, os esquemas de ligação e maneiras práticas de testá-los, determinando assim procedimentos básicos de detecção de falhas nesses componentes. Quando um sistema de refrigeração não está operando adequadamente, deve-se determinar a causa do mau funcionamento antes de realizar qualquer manutenção.
Todo o sistema de refrigeração deve ser checado para detectar vazamentos, entupimentos, umidade, carga adequada de gás, atuação do termostato e demais características. Porém, se depois de todos estes itens checados, o compressor não parte, ou parte e desliga depois de pouco tempo de funcionamento, o problema poderá estar no compressor, ou nos seus componentes elétricos.
Com o propósito de fornecer subsídios para um diagnóstico seguro, traçamos a seguir um procedimento básico para testar cada esquema de ligação de compressores monofásicos e seus componentes elétricos.
Antes de se iniciar os testes, as seguintes recomendações devem ser observadas:
- Verificar a tensão de linha ( tensão que alimenta o compressor).
Esta tensão deverá estar entre os valores
especificados para o modelo do compressor conforme tabela I. Se a tensão de linha estiver fora da faixa
operacional do compressor, causará superaquecimento, além de falha nos capacitores e/ou relê de partida,
ocasionando a parada do motor e atuação do protetor térmico. Esta tensão deve ser medida em rotor travado
da seguinte maneira: ligue o produto e deixe-o funcionar por alguns minutos. Desligue e ligue-o em seguida. O
compressor não deve partir. A tensão deve ser medida entre os terminais C e R do compressor antes do
protetor atuar.
- Verificar as especificações dos componentes elétricos instalados no compressor; quando estes componentes não são os componentes especificados para o mesmo, podem não operar adequadamente, ocasionando falha ou mesmo queima do compressor com a perda imediata da garantia.
- Realizar os testes na sequência descrita.
ATENCÃO !!
AS CONEXÕES ELÉTRICAS DO COMPRESSOR NÃO DEVEM
SER MANUSEADAS COM O PRODUTO ENERGIZADO
I - DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES ELÉTRICOS
Para compreender melhor os esquemas de ligação dos compressores, descrevemos a seguir cada componente que os compõe.
1 - MOTOR ELÉTRICO DO COMPRESSOR
Elemento que transforma energia elétrica em movimento mecânico rotativo, é composto por um rotor e um estator, fixados diretamente no eixo e no corpo da bomba do compressor. No estator, existem duas bobinas de fio de cobre esmaltado denominadas: bobina de marcha (RUN) e bobina de partida (START).
A bobina de marcha é responsável pelo funcionamento contínuo do motor e é considerada a bobina principal do motor.
A bobina de partida, atua por alguns instantes durante a partida do motor e é responsável pela determinação do sentido de rotação e pelo torque de partida necessário para o rotor começar a girar.
As conexões elétricas do motor são feitas através de três terminais fixos na carcaça do compressor identificados conforme segue:
2 - RELÊS DE PARTIDA
O relê de partida do compressor hermético é um dispositivo que energiza a bobina de partida do motor e desconecta esta bobina após o motor ter alcançado a rotação normal de funcionamento.
2.1 - Relê Amperométrico
Possui os contatos normalmente abertos. Quando o motor do compressor é energizado, a corrente que passa pela bobina do relê cria um campo magnético que atrai a armadura para cima proporcionando o fechamento dos contatos e energizando a bobina de partida do motor. Quando o motor do compressor alcança a rotação de marcha, a corrente diminui até o ponto em que o campo magnético não tem força para manter a armadura para cima. Dessa forma a armadura desce pela força da gravidade abrindo os contatos e consequentemente desconectando a bobina de partida do motor.
Para o funcionamento correto do relê, deve-se montá-lo na posição vertical e com a bobina para baixo para que os contatos permaneçam abertos enquanto a bobina do relê estiver desenergizada.
2.2 - Relê PTC
O relê PTC é formado por uma pastilha de material cerâmico. Este material possui a propriedade de aumentar a resistência elétrica quando aquecido pela corrente que passa através dele. Durante a partida do motor, o PTC está frio, e com uma resistência elétrica baixa, consequentemente, conduz corrente através da bobina de partida, fazendo o motor girar. Esta corrente vai aquecê-lo fazendo com que a resistência aumente e a corrente diminua através da bobina de partida até se tornar praticamente zero.
Seu uso é recomendado para freezers e refrigeradores domésticos, onde o tempo entre os ciclos de operação é suficiente para o PTC esfriar e estar pronto para uma nova partida.
2.3 - Relê Voltimétrico
Usado normalmente em aplicações comerciais de médio porte onde estão presentes capacitores
de partida e de marcha no esquema de ligação do motor. O relê voltimétrico possui os contatos
normalmente fechados. A bobina do relê é ligada em paralelo com a bobina de partida do
compressor.
A tensão na bobina de partida aumenta quando aumenta a velocidade do motor até atingir o
valor específico de pickup, neste ponto a armadura do relê é atraída abrindo os seus contatos e
desconectando o capacitor de partida do circuito. Após a abertura, há tensão induzida na bobina
de partida suficiente para continuar atraindo a armadura e manter os contatos do relê abertos.
3 - PROTETOR TÉRMICO
Este componente é ligado em série com o circuito que alimenta o motor. É fixo encostado à carcaça do compressor e atua abrindo o circuito e desligando o compressor rapidamente se houver qualquer aumento anormal de temperatura ou de corrente ocasionado por problemas mecânicos, elétricos ou por aplicação inadequada.
Um disco bimetálico dentro do protetor, sensível a excesso de temperatura e/ou corrente, flexiona afastando seus contatos e abre o circuito. Alguns protetores possuem uma resistência em série com o disco que com o seu aquecimento, auxilia a abertura dos contatos em situações de aumento excessivo da corrente elétrica.
4 - CAPACITOR
4.1 - Capacitor de Partida
Em caso de exigência de torque de partida maior (sistema não auto equalizado - esquema de
ligação CSIR), utiliza-se um capacitor em série com a bobina de partida, o qual aumenta a
corrente na bobina de partida, consequentemente aumenta o torque. Atua somente na partida
sendo desconectado pelo relê quando o motor atinge rotação normal de funcionamento.
4.2 - Capacitor de Marcha ou Capacitor Permanente
O capacitor de marcha, é projetado para atuar continuamente em série com a bobina de partida (ligação PSC),melhorando o torque de partida e de trabalho e a eficiência elétrica do motor. Neste esquema de ligação não é usado relê e é aplicado em sistemas auto-equalizados devido ao torque de partida normal.
NOTA: Em caso de substituição de capacitores, devem ser seguidas as mesmas especificações dos capacitores originais ou seja, a capacitância (microfarad-mF) e tensão de isolação (VAC). Se a capacitância do capacitor de reposição for inferior, a eficiência do motor e a capacidade de partida diminuirão. Se for superior, as correntes e temperaturas do motor aumentarão.
A tensão de isolação deve ser igual ou maior que a especificada, pois se for menor, o capacitor queimará.
II - TESTES DE VERIFICAÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO DO COMPRESSOR
1 - MOTORES COM TORQUE NORMAL DE PARTIDA - RSIR
Usando ohmímetro, cheque a continuidade/resistência ôhmica (com a unidade não energizada e com circuito do motoventilador aberto, se utilizado) entre os pontos relacionados a seguir:
a) L1 e o terminal 3 do protetor e entre L2 e o terminal 1 do relê: Deve haver continuidade. Se não houver continuidade, verifique a fiação do produto.
b) Terminais 3 e 1 do protetor: Deve haver continuidade. Se não houver continuidade, o protetor pode ter atuado e ainda não reconectou. Espere 5 minutos e cheque novamente. Se ainda assim não houver continuidade, então o protetor térmico está com defeito. Substitua-o por outro de mesma especificação.
c) Retire o relê do compressor, mantenha-o na posição de montagem (na vertical com a bobina para baixo) e meça a continuidade entre os terminais 1 e S: Não deve haver continuidade. Se houver continuidade, os contatos do relê estão fechados e este deve ser substituído por outro de mesma especificação.
d) Medindo ainda entre os terminais 1 e S do relê, vire-o de cabeça para baixo: Nesta posição deve haver continuidade. Se não houver continuidade, os contatos estão danificados e o relê deve ser substituído.
e) Terminais 1 e M do relê (bobina) Deve haver continuidade. Se não houver continuidade - substitua o relê por outro de mesma especificação.
f) Terminais C e R e entre C e S do compressor: Deve-se obter o valor da resistência conforme tabela de resistência ohmica do modelo do compressor. Se a resistência lida não estiver conforme o especificado, substitua o compressor. Faça esta medida sempre a 25oC de temperatura ambi ente.
g) Terminal C e carcaça do compressor: Não deve haver continuidade. Se houver continuidade, o motor está
em massa, o compressor deve ser substituído.
Se após realizar todos os testes acima, nenhum defeito for detectado, substitua o relê e o protetor térmico por outros novos e
de mesmas especificações, pois estes testes não são capazes de detectar se suas características de funcionamento estão
alteradas.
Se mesmo assim o resultado não for positivo, a falha pode ser na parte mecânica do compressor e este deve ser substituído. Continua na Parte 2.
Fonte: https://www.tecumseh.com/pt/south-america